Site novinho em folha ~ Milton Hatoum lê "Luminol" ~ Puñado 8 vem aí
Reunidão de boas novas, andanças e pensamentos do 1º semestre
Ei!
Como vai?
Por aqui, piscamos os olhos e não havia uma newsletter propriamente dita desde março (!). Pois resolvi pegar o embalo de uma mensagem que enviei no Mailchimp para contar aqui também um pouco do que tomou nossos dias nesse meio-tempo e do que vem pela frente.
Para começar, esse grandessíssimo evento que é:
Foram uns bons anos com o site antigo (desde o início da editora), mas era hora de mexer um pouco, tanto na estética como no funcionamento da coisa.
Quer ver?
[Quem nos acompanhou nessa jornada hercúlea foi o programador Raul Tribuzzi – que vive no Maranhão, mas que, durante os meses em que trabalhamos juntos, parecia nosso vizinho de porta].
Olha a belezinha que ficou:
Agora... faz nosso empenho valer e visita o site? (depois que acabar a leitura do post, claro!). Inclusive, se você detectar algum errinho ou bug enquanto navega, agradecemos demais o aviso!
O próximo tema é do mesmo quilate: recentemente, o escritor Milton Hatoum leu nosso romance Luminol e teve a generosidade de escrever um e-mail para dividir conosco suas impressões sobre a obra.
Como dissemos no Instagram, estamos em estado de graça desde que recebemos essa leitura tão forte sobre o livro de Carla Piazzi, vinda de alguém que admiramos tanto:
É de deixar autora e equipe orgulhosos demais, né?
E ainda sobre o "Lumis", o livro foi selecionado pelo Corpo Marrom Glacê de Leitura, de Goiânia, e será discutido coletivamente em agosto, no Sesc-GO.
Além da empolgação que sempre sentimos com a circulação e debate de um livro nosso, o que nos comoveu nessa escolha foi o cuidado da organização do clube* ao situar o Luminol justamente no encontro do pós-férias, de modo que os participantes pudessem ter mais tempo para lê-lo com cuidado (para quem não sabe, o livro tem ao redor de 530 páginas – o que, para alguns clubes de leitura, poderia ser um impeditivo). *negalilu + Livraria Tekoá, com mediação de Izabel Lemos
E por falar em bons encontros e trocas com os leitores, não dá para não mencionar os principais eventos de que participamos no primeiro semestre:
Estivemos na 2ª edição da Flopei, a Festa Literária dos Ocupantes da Praça XV e Intermediações (Rio de Janeiro), com Wagner Nascimento capitaneando a mesa; em uma feira organizada pelo Museu da Língua Portuguesa, no contexto do Dia da Língua Portuguesa, com a Fernanda nos representando; nas feiras Canastra (3ª edição, Belo Horizonte), e-cêntrica (7ª edição, Goiânia) e [SUB]versa (2ª edição, Campinas), com a Laura; e ainda na 95ª Feira do Livro de Lisboa, em Portugal, para a qual pegamos carona com a Saudade Livros.
Em Belo Horizonte, a Ana Elisa Ribeiro soube da nossa passagem pela cidade e aproveitou para organizar um bate-papo no CEFET-MG. Acabou sendo uma delícia de conversa entre mim (Laura Del Rey, Incompleta) e as mais-que-queridas Angela Mendes (Barbatana), Lari Mundim (negalilu) e Silvia Nastari (Quelônio), com mediação da excelente Cecília Castro (editora Luas).
Acima e abaixo, as publicações mais vendidas nas 6 feiras do 1º semestre de 2025.
Em Goiânia, foi gostoso demais reencontrar pessoalmente (e, em alguns casos, conhecer) os participantes da Residência Literária "o jardim" – dentro da qual, no final do ano passado, ministrei algumas aulas do eixo publicação/ módulo design gráfico e direção de arte.
Aliás, aproveito para falar brevemente sobre Agridoce, livro de contos que é o resultado impresso da residência. Ele foi lançado no início de 2025 e já está praticamente esgotado. Sem querer ser coruja, mas o que o pessoal fez nessa publicação coletiva está impressionante. Espiem aqui para comprovar o que digo.
Tudo isso acima já faz alguns meses, porém peço licença para, de vez em quando, usar esse canal como uma old letter de boas recordações também ;) .
E agora mais recentemente, a Raquel Dommarco Pedrão, minha parceira na coorganização da revista Puñado, foi ao Rio de Janeiro para, entre outras coisas, coordenar a tradução coletiva de dois contos da vindoura Puñado 8. Tudo começou assim:
Logo que recebeu um convite para integrar o VII SIMPÓSIO LEC/UFF - Jardim de traduzir: sementeira de mulheres que traduzem como palestrante e facilitadora, Raquel pensou em envolver a Puñado de algum modo, já que temos essa coceirinha por incluir colaborações na revista sempre que possível.
Acabou que nossa ideia foi convidar duas escritoras para conceberem contos inéditos – a fim de serem, primeiramente, trabalhados e traduzidos de forma coletiva no curso; e, mais adiante, publicados no nº 8 da revista. A missão parecia um pouco ousada, pois tínhamos de convidar autoras que escrevem originalmente em espanhol para criar algo novo (e em prazo curto) sob a luz de dois motes pré-estabelecidos: o tema da próxima edição da revista – que será "No escuro" – e o do simpósio – Antiguidade clássica (!).
Por incrível que pareça, as coisas deram certo, os dois textos que foram produzidos são excelentes e, nos dias 25 e 26 de junho, alunas de graduação, mestrado e doutorado da UFF e da UFRJ trabalharam com a Raquel na tradução das obras: um conto de uma autora equatoriana e outro de uma mexicana.
[Acima, Raquel junto às mais novas tradutoras da Puñado: Ana Beatriz Lemos, Bruna Cabral, Leticia Rocha, Lídia Carneiro, Luiza Velasco, Monique Araújo e Victoria Danka].
Seção “Andam dizendo por aí...”
{ novos comentários e resenhas sobre os nossos livros }
[ RESTAURAÇÃO ]
“Dá pra falar também sobre o trabalho incrível da autora. De como ela constrói a trama com precisão, mesclando essa herança sociocultural do México às paixões de dois dos personagens masculinos: a fotografia e as obras de Charles Perrault (Barba Azul não é mera coincidência), e Farabeuf, de Salvador Elizondo, criando uma narrativa que transcende espaço/tempo de diferentes maneiras. Mais uma pérola das autoras latino-americanas. Essa, parte da promissora coleção Capitais & Cafundós, da Editora Incompleta.” – Rafaela Sabatowich,
[ SIMPATIA ]
“Em Simpatia, que inaugura a coleção Capitais & Cafundós (tradução de Raquel Dommarco Pedrão), o venezuelano Rodrigo Blanco Calderón olha justamente para os cães para escrever a respeito do colapso vivido por seu país. Na obra, o protagonista recebe a promessa de uma boa herança junto com a missão de montar um abrigo para cachorros abandonados, os que ficaram para trás após tutores debandaram de uma Caracas cada vez pior para se viver. É o ponto de partida de um bom romance que sabe trabalhar com uma história para, aos poucos e muitas vezes de forma indireta, tratar de assuntos decadentes.” –
, Página Cinco"Assentando em fatos políticos reais, e organizado em três partes, este é um romance existencial e policial, no qual abundam peças por encaixar, segredos por desvendar, lutas de poder, interesses ocultos e inúmeras reviravoltas." – Sofia de Castro Sousa, Goodreads
“Nesse livro, que tem a forma de um álbum de fotografias, Lucas resgata umas fotos tão maravilhosas quanto são as fotos das famílias alheias, e vai, em contos curtinhos, inventando cenas, casos, caos e tensão para cada uma. É um ponto de partida genial, porque cada foto parece ter os elementos do conto em estado bruto: olhares ancestrais, a relação entre as pessoas, aquele passado ruminado, e roupas, e gestos, e incômodos, e até umas esperanças. É pura memória, erguida ali ora de crueldade ora de doçura, como são feitas as memórias familiares. E o texto do Lucas é tão chique que eu até superei a minha proverbial birra contra livros na horizontal. Meu livro mora na mesa da sala, e gosto de abri-lo como um perverso oráculo e voltar a ler a história das personagens arrancadas da foto, como uns pequenos vodus que ganham seu encanto e sua maldição.” – Ana Lima Cecilio,
[ RUMI ]
“Uma bela amizade que se constrói em um ambiente hostil, violento e desigual, no qual a fome e o sentimento de abandono são constantes. Uma narrativa sensível, que nos mostra, sem romantizar, uma dura realidade. Amei." – Socorro Baptista, Skoob
Por fim, algumas notinhas vapt-vupt:
- , autor de Infelizes à sua maneira, escreveu o artigo "Recado da rua" sobre Um milhão de ruas: crônicas 2010-2025, lançamento de Fabrício Corsaletti, para a revista 451.
Falando tardiamente sobre a lista organizada pela Folha de São Paulo, que convidou jurados a elegerem os 25 livros brasileiros mais importantes do século 21 até agora, deixamos aqui três repercussões interessantes à lista: no podcast Café da Manhã, Gabriela Mayer e Gustavo Simon conversam com Walter Porto, da Folha, sobre detalhes desse processo; aqui, o artigo "Melhores livros do século 21? Aprofundando a discussão sobre a lista da Folha", de Lizandra Magon e Haroldo Ceravolo Sereza (LIBRE), reflete sobre aspectos mais profundos em relação ao monopólio da Cia das Letras na lista; e, por fim, um vídeo de Nathan Matos, Roberto Menezes e Wander Shirukaya pensa a lista a partir da análise de alguns dados: de onde são e onde estão os jurados e as juradas dessa eleição.
No podcast Página Cinco, Rodrigo Casarin conversa com Ellen Maria Vasconcellos sobre a interessantíssima tese de doutorado de Ellen (Letras, USP): "Sobreviver nas catástrofes: uma análise literária contemporânea". Nos minutos finais do papo, ainda dá para ouvi-los falando bem da Incompleta e da Puñado (imperdível! risos). Brincadeira à parte, Ellen foi quem, cerca de cinco anos atrás, me apresentou a estupenda Cristina Rivera Garza, e acabou por traduzi-la e entrevistá-la para a Puñado 7 {a entrevista pode ser lida na íntegra no site da Incompleta}.
Já estão gravadas as narrações de vila mathusa (zênite astra) e Luminol (
) para as versões em audiolivro das duas obras. Em breve! Mais uma parceria Incompleta e Tocalivros.Por fim: Você se pergunta o que está fazendo um Kindle com o Infelizes à sua maneira no cabeçalho deste post? É que íamos divulgar hoje o lançamento da versão e-book do livro, mas acabou que ela ainda está passando por revisões... Logo-logo chega também!
E é isso. :)
Desta vez estávamos, como diz Ivete Sangalo, cheias de assunto!
Abraço com carinho (e frio ❄️),
Laura e Fernanda
Valeu pelas lembranças, pessoal! Ansioso pela nova Puñado :)